Setor automotivo nos próximos anos: quais são as tendências?
O setor automotivo vem sofrendo algumas mudanças com crises de insumo, transformações digitais e mudanças no comportamento do consumidor. Para se adequar a essas alterações, estão surgindo novas tendências no mercado.
Pensando nisso, reunimos neste conteúdo o panorama do setor para exemplificar essas mudanças, e uma lista com as principais tendências para os próximos anos. Confira!
Panorama atual do setor automotivo
A pandemia da Covid-19 afetou diversos negócios, inclusive o setor automotivo. Os últimos dois anos têm sido de incerteza para o cenário econômico brasileiro, característica essa que afeta diretamente o mercado automotivo.
Destaca-se que em 2021 foi possível perceber alguns desses efeitos. No primeiro mês a Ford anunciou o encerramento da produção no Brasil, gerando mais de 5 mil desempregos e um custo de mais de 4 bilhões de dólares, segundo a Automotive Business. Além disso, a Mercedes-Benz, neste mesmo ano, vendeu a sua fábrica para a Great Wall, fabricante chinesa.
Em contrapartida, a Renault, BMW e Volkswagen anunciaram novos investimentos no país. Com, respectivamente, mais de 1 bilhão, 500 milhões e 7 bilhões de reais.
Esse cenário, apesar de animador, ainda é incerto. Isso porque, há uma crise crescente, desde 2020, relacionada aos insumos de produção de veículos.
De acordo com os dados da Auto Forecast Solutions (AFS), citado pela Motor1, mais de 20 milhões de veículos deixaram de ser produzidos globalmente por falta de semicondutores, só em 2021. Já no primeiro bimestre de 2022, esse número chegou a marca de mais de 929 mil.
Enquanto no Brasil, neste mesmo ano, mais de 345 mil veículos deixaram de ser produzidos em 15 fábricas. E em janeiro e fevereiro de 2022, já foram perdidos mais de 37 mil carros graças a falta desse insumo.
Vale destacar que os semicondutores são responsáveis pela produção dos microchips presentes em cada veículo. Ainda segundo a Motor1, cada carro possui 600 a 1.200 desse elemento.
Os principais números
No entanto, a queda da produção não reflete na demanda. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE) aponta que março de 2022 foi o mês para a recuperação das transações de veículos usados no país. O volume registrado teve uma alta de 28,73%, se comparado com o mês anterior.
“O mercado ultrapassou a marca de 1 milhão de transações no mês pela primeira vez no ano. Todos os segmentos automotivos tiveram alta entre 28% e 32%, o que pode significar um aquecimento das vendas”, conforme explica José Maurício Andreta Jr., presidente da FENABRAVE.
E ainda, de acordo com o último balanço semestral do órgão divulgado, o setor automotivo apresentou um crescimento de 40%. Em 2021, o cenário era de um crescimento um pouco mais tímido.
Apesar do cenário indefinido, as tendências do setor estão surgindo conforme as mudanças comportamentais do consumidor e as novas composições do mercado. Por isso, é fundamental estar atento a elas para não sofrer grandes impactos a cada alteração.
Tendências do mercado para os próximos anos
Conforme um relatório da McKinsey, citado pelo Mundo do Marketing, há alguns fatores que impactam diretamente nessas tendências. São possíveis cenários que podem acontecer até 2030.
A primeira delas é a possibilidade de uma nova fonte de receita. Os serviços de conectividade e a mobilidade compartilhada estão gerando novos modelos de negócio. Essa é uma oportunidade de aumentar a receita do setor automotivo em 30%, resultando em mais de 1 trilhão de dólares. Em resumo, essa é a oferta de mobilidade on-demand e serviços com base em dados.
Somados a isso, a McKinsey prevê um crescimento de 2% ao ano no aumento das vendas, bem como, mudanças no cenário. Isto é, cada vez mais as características de cada cidade vão impactar nos serviços de mobilidade. É previsto que até os gigantes, como Apple, Google e Tesla, forneçam serviços de mobilidade, se tornando grandes players neste mercado.
Isso se dá pela mudança de comportamento do consumidor. Atualmente, há um grande movimento de uso de serviços de mobilidade. A queda da expedição das carteiras de motorista e o aumento das soluções de compartilhamento de carros apontam para as novas demandas. O consumidor escolhe a melhor opção para cada situação em que precisa de mobilidade urbana. E essas opções são geralmente realizadas com o apoio de um smartphone.
Além das citadas, reunimos mais algumas das principais tendências para os próximos anos:
Veículos autônomos
Para que isso deixe de ser uma ideia e vire uma solução, é preciso que alguns requisitos sejam melhor trabalhados. Isto é, deve-se compartilhar informações que gerem um conhecimento um pouco mais aprofundado sobre o assunto, para evitar medos e garantir segurança.
Os carros autônomos são fabricados para funcionarem com base em um computador que realiza o controle. Aqui ocorre o apoio em dados e sensores que acionam assistentes de direção e possibilidade de estacionamento. São eles que também detectam objetos e situações de perigo.
Destaca-se que a McKinsey aposta que esse será um mercado liderado por montadoras e startups.
Carros elétricos
A McKinsey também prevê um aumento na compra dos carros elétricos, correspondendo a 10% dos 50% das vendas. Com ressalvas em cidades pequenas, por conta da facilidade de mobilidade.
Essa é uma tendência crescente e que será mais adotada conforme os avanços das tecnologias e nas leis relacionadas às emissões de gases na atmosfera. Contudo, será necessário ter uma queda nos preços da bateria e uma melhoria na infraestrutura de recarga.
Inclusive, cabe destacar que o Renault Kwid é a solução da montadora que visa ser o veículo elétrico mais barato no país.
Combustíveis alternativos
Seguindo a premissa de aposta na sustentabilidade, os combustíveis passam a impactar e gerar menos efeitos no meio ambiente. Os carros ecológicos possuem fontes renováveis, como o etanol e o biocombustível.
Para muitas montadoras, a solução tem sido apostar em carros elétricos.
Assinatura por necessidade
Seguindo a premissa das mudanças comportamentais dos consumidores, a assinatura de veículos começa a ser uma opção para quem não deseja gastar com a compra de um veículo
A locação a curto prazo permite maior flexibilidade a um preço baixo e fixo, sem a necessidade de taxas e custo de manutenção, por exemplo.
Carros usados
O mercado dos carros seminovos tem se destacado. De acordo com A Gazeta, com base na pesquisa da Agência Autoinforme, esses veículos chegam a valorizar até 17% após um ano de uso.
Essa é, inclusive, uma solução para a crise dos semicondutores. Isso só reforça a ideia de que ainda há uma certa demanda pela compra de carros, mesmo com pouca produção.
Concessionária online
As tecnologias disruptivas e a transformação digital forneceram diferentes mudanças. Com a constante migração dos setores no ambiente virtual, a tendência é que as concessionárias apostem nesse movimento também.
A expectativa é de que a venda online de veículos comece a se tornar cada vez menos descomplicada, com ajuda de recursos tecnológicos, como tour virtual, para ampliar essa possibilidade.
E agora?
Agora você já sabe o que esperar do setor automotivo nos próximos anos. Lembre-se que é fundamental se atualizar quanto às novidades e mudanças do mercado para saber como conduzir melhor o seu negócio e não sofrer impactos negativos.
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